30 janeiro, 2008

Antônio Rago (1916-2008)

Instrumentista (Violononista).


Vida: Seus pais eram italianos e imigraram para o Brasil no início do século passado. Desde criança interessou-se por música, ouvindo o sapateiro Rafael Fezza, que era um conceituado violonista no bairro paulista do Bixiga. Começou a tocar violão com 14 anos. Em 1933, iniciou seus estudos de violão clássico com o professor Melo.


Em 1936, iniciou a carreira artística fazendo parte do Regional de Armandinho, com o qual, e mais Zezinho, mais tarde conhecido como Zé Carioca, formou o trio de violões. Atuou com sucesso na Rádio Record. Recebeu convite para apresentar-se na Rádio Belgrano de Buenos Aires, acompanhando o cantor Arnaldo Pescuma em excursão que se estendeu até o Uruguai. Em 1937, retornou ao Brasil e foi trabalhar na Rádio Tupi de São Paulo com Zezinho e Seu Conjunto. Nesse mesmo ano passou a acompanhar o cantor Francisco Alves, com quem esteve até 1940. Por essa época, teve algumas de suas composições incluídas na peça "Nós temos balangandãs", de Costa Lima. Em 1942, fez sua primeira gravação interprestando ao violão duas de suas composições, o choro "Chorando" e a valsa "Velhos tempos". Na mesma época passou a dirigir o regional da Rádio Tupi de São Paulo. Em 1945, gravou pela Continental o choro "Extasiado" e a valsa "Sonhadora", ambas de sua autoria. Em 1946, Francisco Alves gravou de sua autoria e Raimundo Lopes a canção "Deslumbramento". No mesmo ano, fez a primeira gravação com seu Conjunto, utilizando a denominação que seria sua marca, Rago e Seu conjunto, interpretando o bolero "Jamais te esquecerei" e o choro "Mentiroso". Feito em parceria com seu irmão Juraci Rago, o bolero "Jamais te esquecerei", conheceu grande sucesso dois anos depois de lançado, permanecendo por quase um ano nas paradas de sucessos, tornando-se um fenômeno de popularidade. Em 1948, gravou com seu conjunto o bolero "Que importa..." e o choro "Delicioso". Em 1949, teve sua composição "Jamais te esquecerei" incluída no filme "Quase no céu" dirigido por Oduvaldo Viana. Em 1950, entre outras composições, gravou a valsa "Noite triste" e o choro "Estranho". No mesmo ano recebeu com seu regional o troféu Roquette-Pinto como o melhor conjunto regional do ano. Na ocasião, o regional era formado por ele ao violão solo, Orlando Silveira ao acordeom, Siles na clarineta, Petit e Carlinhos nos violões, Esmeraldino no cavaquinho, Correia no contra-baixo e Zequinha no pandeiro. Em 1951, gravou com seu conjunto o bolero "Por toda a vida" e a quaracha "Motivo cubano". No mesmo ano gravou de Stefana de Macedo o baião "História triste de uma praieira". Em 1952 gravou de sua autoria o bolero "Desespero" e o tango choro "Gostozinho", de Eduardo Souto, o bolero "Despertar da montanha", e de Paraguassu o baião "Saudades de alguém". No mesmo ano, gravou a "Valsa do adeus", de Chopin, para a qual fez um arranjo em ritmo de choro. Ainda em 1952, acompanhou o cantor Francisco Alves em sua última apresentação em programa de rádio, na Nacional de São Paulo em gravação lançada posteriormente no LP "O rei da voz", lançado em 1975 pela Odeon. Nesse período, passou a atuar na Rádio Paulista e no programa Ronda dos Bairros, na Rádio Nacional em São Paulo. Em 1953 gravou, de José Menezes e Moreira Filho, o baião "Baião do Ceará". Em 1954, compôs com Mário Vieira o bailarico "Festa portuguesa", gravada no mesmo ano com seu conjunto. Em 1955, entre outras composições apresentadas com seu conjunto, lançou o choro batucada "O barão na dança", parceria com Mário Vieira e o baião "Jerimum" em parceria com Hortêncio Carvalho. Em 1956 gravou o tango "Amargurado" de sua autoria e o baião "Castanholas", parceria com Mário Vieira. No mesmo ano compôs com João Pacífico o bolero "Lágrimas de amor" e a marcha "Meu São João", ambas gravadas por Solon Sales, e o samba-choro "Não convém", gravado pela cantora Juanita Cavalcanti. Ainda em 1956, o cantor Ciro Monteiro lançou o choro "O barão na dança". Em 1958 apresentou de Lamartine Babo o samba "Passarinho, passarinho". Em 1960 gravou de sua autoria e de João Pacífico o samba "Vai com Deus". Participou da televisão brasileira desde o seu nascimento com a inauguração da TV Tupi, tendo dirigido um programa, além de atuar no acompanhamento de diversos artistas, entre os quais Isaura Garcia, Linda Batista e Silvio Caldas. No rádio atuou no programa A Brigada da Alegria, na Rádio Tupi de São Paulo. Em 1962 gravou na Continental o LP "Recital de violão", atuando como solista, no qual lançou de suas obras eruditas "Flor triana" e "Sonatina em lá menor". Em meados dos anos 60 seu regional se desfez e passou a produzir programas de rádio em diversas cidades paulistas entre as quais Santos e Campinas. Passou também a lecionar violão. Lançou cerca de dez LPs, entre os quais "Especialmente para você" e "Solos de violão".


Obra: A pequena Elisabeth (c/ Orlando Silveira) • Alecrim da beira d'água (c/ J. M. Alves) • Amargurado • Arrependida • Balada do teu passo (c/ Ari Machado) • Bilhetinho de amor • Boneca japonesa (c/ Mário Vieira) • Boogie no samba • Castanholas (c/ Mário Vieira) • Chegou o fim (c/ Mário Vieira) • Chorando • Custou pra arranjar (c/ João Pacífico) • De braços abertos • Delicioso • Desapareceu (c/ Hélio Sindô) • Desespero • Deslumbramento • Dois bailarinos • Duas lágrimas (c/ Ribeiro Filho) • Em tuas mãos (c/ Ribeiro Filho) • Encantamento (c/ Conde) • Este é o choro • Extasiado • Festa portuguesa (c/ Mário Vieira) • Flor triana • Folinha • Gostozinho • Grande amigo • Índia morena (c/ Guia Jr. ) • Jamais te esquecerei • Jerimum (c/ Hortêncio Carvalho) • Joquei clube (c/ João Pacífico) • Lágrimas de amor (c/ João Pacífico) • Mambo na Glória • Mentiroso • Meu querido amor (c/ Mário Vieira) • Meu São João (c/ João Pacífico) • Minha homenagem • Motivo cubano • Na granja do Lacerda • Não convém (c/ João Pacífico) • O barão na dança (c/ Mário Vieira) • O grande centenário • Pelo teu amor (c/ Nélson Novais) • Por toda vida • Que importa (c/ Ribeiro Filho) • Santista • Sonatina em lá menor • Sonhadora • Um guarda-chuva na sombra • Vai com Deus (c/ João Pacífico) • Valsa do adeus • Veja você (c/ Tutu) • Velhos tempos • Voltarás a mim


Discografia:
• Chorando/Velhos tempos (1942) Colúmbia 78
• Extasiado/Sonhadora (1946) Continental 78
• Jamais te esquecerei/Mentiroso (1947) Continental 78
• Que importa.../Delicioso (1948) Continental 78
• Dos almas/Pelo teu amor (1949) Continental 78
• Em tuas mãos/Grande amigo (1950) Continental 78
• Noite triste/Estranho (1950) Continental 78
• Por toda a vida/Motivo cubano (1951) Continental 78
• História triste de uma praieira/Minha homenagem (1951) Continental 78
• Ni una palabra/Um guarda-chuva na sombra (1951) Continental 78
• Desespero/Gostozinho (1952) Continental 78
• Saudades de alguém/Despertar da montanha (1952) Continental 78
• Valsa do adeus/Voltarás a mim (1952) Continental 78
• Dois bailarinos/Arrependida (1953) Continental 78
• Baião do Ceará/Na granja do Lacerda (1953) Continental 78
• O grande centenário/Folhinha (1954) Continental 78
• De braços abertos/Festa portuguesa (1954) Continental 78
• Santista/Lágrimas de amor (1955) Continental 78
• O barão na dança/Jerimum (1955) Continental 78
• Mi noches sin ti/Mambo na Glória (1956) Continental 78
• Amargurado/Castanholas (1956) Continental 78
• Boneca japonesa/Encantamento (1957) Continental 78
• Passarinho, passarinho/Índia morena (1958) Continental 78
• Balada do teu passo/Vai com Deus (1960) Continental 78
• Recital de violão (1962) Continental LP
• Especialmente para você (1974) Chantecler LP
• Rago (1978) Continental LP
• Solos de violão (1986) 3M LP
• Violões (1992) Projeto memória brasileira CD

Escute pela www.discosdobrasil.com.br Antônio Rago:
Clique para ouvir a música - Estranho
Clique para ouvir a música - O Barão da Dança

fonte: http://www.dicionariompb.com.br/
Mais: http://cifrantiga2.blogspot.com/2007/10/antnio-rago.html e http://mpbantiga.blogspot.com/2007_12_19_archive.html

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