30 abril, 2009
Mural
um café expresso me alimenta
diálogos povoam um nevoeiro de pensamentos
como num filme de John Cassavetes
as tranças da alvorada invadem minha janela
minhas pálpebras se retorcem
não respiro fundo
fico estático
minha paz em desequilíbrio
levanto sem objetividade
meu único prazer agora
seria escrever a última linha
mas devo continuar
sei que quando estiver parada aqui na minha frente
esta folha não mais me pertencerá
vai estar livre
29 abril, 2009
Não sou um Outsider
Se quiser posso ficar assim
fazendo papel de figurante
isso me incomoda
mas você consegue agir com naturalidade
ando pelos vãos
estou sempre de passagem
não nos falamos
em olhares trocamos constrangimentos
leva isso numa boa melhor que eu
se ler minhas palavras neste mural
saiba que gostaria de me desculpar
por fingir estar em transe
eu sou este, sem nenhuma escolta
nos corredores carregados
onde passo por tristes transeuntes
e tenho vertigem ao te ver
25 abril, 2009
100 Melhores discos da MPB
Em ordem alfabética, por Filipe Isidro: "São discos preciosos que eu não poderia morrer sem antes ter o prazer de ouvi-los".
- A Bad Donato (João Donato, 1970)
- Acabou Chorare (Novos Baianos, 1972)
- A Dança da Solidão (Paulinho da Viola, 1972)
- A Fábrica do Poema (Adriana Calcanhoto, 1994)
- África Brasil (Jorge Ben, 1976)
- Afrociberdelia (Chico Science & Nação Zumbi, 1996)
- Alfagamabetizado (Carlinhos Brown, 1996)
- Álibe (Maria Bethânia, 1978)
- Alucinação (Belchior, 1976)
- Amoroso (João Gilberto, 1977)
- Ângela Rô Rô (Ângela Ro Ro, 1979)
- Araçá Azul (Caetano Veloso, 1972)
- As Quatro Estações (Legião Urbana, 1989)
- A Tábua de Esmeraldas (Jorge Ben, 1974)
- Barulhinho Bom (Marisa Monte, 1996)
- Bebadosamba (Paulinho da Viola, 1996)
- Bicho (Caetano Veloso, 1977)
- Brasileirinho (Maria Bethânia, 2004)
- Caetano Veloso (Caetano Veloso, 1968)
- Caetano Veloso (Caetano Veloso, 1969)
- Caetano Veloso (Caetano Veloso, 1971)
- Cartola (Cartola, 1976)
- Cássia Eller (Cássia Eller, 1994)
- Cê (Caetano Veloso, 2006)
- Chega de Saudade (João Gilberto, 1959)
- Chico Buarque (Chico Buarque, 1978)
- Chico Buarque de Hollanda (Chico Buarque,1966)
- Chico Buarque de Hollanda Nº4 (Chico Buarque, 1970)
- Chico Buarque e Maria Bethânia Ao Vivo (Chico Buarque & Maria Bethânia, 1975)
- Cinema Transcendental (Caetano Veloso, 1979)
- Clube da Esquina (Milton Nascimento & Lô Borges, 1972)
- Coisas (Moacir Santos, 1964)
- Com Defeito de Fabricação (Tom Zé, 1999)
- Construção (Chico Buarque, 1971)
- Cordel do Fogo Encantado (Cordel do Fogo Encantado, 2001)
- Da Lama ao Caos (Chico Science & Nação Zumbi, 1994)
- Doces Bárbaros (Caetano Veloso, Gal Costa, Gilberto Gil & Maria Bethânia, 1976)
- Do Cóccix até o Pescoço (Elza Soares, 2002)
- Dois (Legião Urbana, 1986)
- Drama ou Anjo Exterminado (Maria Bethânia, 1972)
- Elis (Elis Regina, 1972)
- Elis & Tom (Elis Regina & Tom Jobim, 1974)
- Estudando o Samba (Tom Zé, 1976)
- Exagerado (Cazuza, 1985)
- Expresso 2222 (Gilberto Gil, 1972)
- Falso Brilhante (Elis Regina, 1976)
- Fa-Tal Gal à Todo Vapor (Gal Costa, 1971)
- Fruto Proibido (Rita Lee, 1975)
- Força Bruta (Jorge Ben, 1970)
- Gal (Gal Costa, 1969)
- Gerais (Milton Nascimento, 1976)
- Getz/Gilberto Featuring Antônio Carlos Jobim (Stan Getz, João Gilberto e Tom Jobim, 1963)
- Ideologia (Cazuza, 1988)
- Jardim Elétrico (Os Mutantes, 1971)
- Jóia (Caetano Veloso, 1975)
- Karnak (Karnak, 1995)
- Krig-Ha, Bandolo (Raul Seixas, 1973)
- LeGal (Gal Costa, 1970)
- Mar de Sophia (Maria Bethânia, 2006)
- Maria Fumaça (Banda Black Rio, 1977)
- Maria Rita (Maria Rita, 2003)
- Matita Perê (Tom Jobim, 1973)
- Meus Caros Amigos (Chico Buarque, 1976)
- Minas (Milton Nascimento, 1975)
- Milagre dos Peixes (Milton Nascimento, 1973)
- MM (Marisa Monte, 1989)
- Nação Zumbi (Nação Zumbi, 2002)
- Nervos de Aço (Paulinho da Viola, 1973)
- O Grande Encontro (Alceu Valença, Elba Ramalho, Geraldo Azevedo e Zé Ramalho, 1996)
- Ogum Xangô (Gilberto Gil & Jorge Ben, 1975)
- Os Afro-Sambas (Baden Powell, Quarteto em Cy e Vinicius de Moraes, 1966)
- Os Mutantes (Os Mutantes, 1968)
- Paratodos (Chico Buarque, 1993)
- Pássaro da Manhã (Maria Bethânia, 1977)
- Pérola Negra (Luiz Melodia, 1973)
- Por Onde Andará Stephen Fry? (Zeca Baleiro, 1997)
- Pretobrás (Itamar Assumpção, 1998)
- Qualquer Coisa (Caetano Veloso, 1975)
- Quem é Quem (João Donato, 1973)
- Racional (Tim Maia, 1975)
- Refavela (Gilberto Gil, 1977)
- Refazenda (Gilberto Gil, 1975)
- Roberto Carlos (Roberto Carlos, 1969)
- Roberto Carlos em Ritmo de Aventura (Roberto Carlos, 1967)
- Samba Esquema Novo (Jorge Ben, 1963)
- Samba Suor e Raça (Elza Soares e Roberto Ribeiro, 1972)
- Secos & Molhados (Secos & Molhados, 1973)
- Sim (Vanessa da Mata, 2007)
- Show Opinião (Nara Leão, Zé Kéti e João do Vale, 1965)
- The Composer of Desafinado Plays (Tom Jobim, 1963)
- Transa (Caetano Veloso, 1972)
- Tropicália ou Panis et Circencis (Vários, 1968)
- Tudo Azul (Velha Guarda da Portela, 1999)
- Vagabundo (Ney Matogrosso & Pedro Luís e a Parede, 2004)
- Veneno Vivo (Cássia Eller, 1998)
- Ventura (Los Hermanos, 2003)
- Verde Anil Amarelo Cor de Rosa e Carvão (Marisa Monte, 1994)
- Vivo Feliz (Elza Soares, 2003)
- Você Ainda Não Ouviu Nada (Sergio Mendes & Bossa Rio, 1963)
- Wave (Tom Jobim, 1967)
23 abril, 2009
Tudo isso... o que?
me disse que gostava de outra pessoa
passou a noite inteira
tentando me fazer entender do contrário
no cinema
no restaurante
ficou todo cheio
de dengo e de palavras
danado
se distraia comigo
agora tanto faz
não quero, não aprovo
tira do Caps Lock
que parece que está gritando
estou melhorando
achando o caminho
Looping
meio disperso
que decidi escrever
mais algumas linhas
palavras perdidas
como meus olhos
ao procurá-la na multidão
sempre tristes
e quando a vejo
quero escutar sua voz
tento gravá-la
para ficar soando dentro de mim
ela não me vê
nem escuta o que falo
tento erguer um muro
mas quando passa derruba os tijolos
21 abril, 2009
Batismo
com o título já pronto
ainda mais quando se gosta do nome
é como ter um filho
você dá o nome antes
com o significado
suas esperanças
todas ali representadas
mas não era disso que gostaria de falar
desculpem pelo anticlímax
gostaria de fazer algo quebrado
foi a idéia que me veio nessa madrugada
utilizei o backspace até a metade da história
por um simples e puro capricho
minha cerveja já está morna
e já aviso que o título só veio no fim
20 abril, 2009
Dez filmes na sala de aula
Por Bruno Yutaka Saito
A relação entre professores e alunos é das mais célebres do cinema. Basta notar que dois bons filmes atualmente em cartaz, “Entre os Muros da Escola”, de Laurent Cantet, e “Simplesmente Feliz”, de Mike Leigh, dão uma atualizada nesse gênero à parte. O primeiro, uma incômoda visão sobre multiculturalismo e caráter, o segundo, verdadeiro lobo em pele de cordeiro, tem na figura da professorinha irritantemente alegre uma reflexão muitas vezes amarga sobre maneiras de estar e sobreviver no mundo.
A seguir, uma listagem de 11 filmes (todos disponíveis em DVD no Brasil) que abordam, de uma maneira ou de outra, essa complicada relação. Não são os melhores, nem os mais importantes, apenas filmes que de certa maneira deixaram suas marcas. Para você, quais são os principais filmes sobre a escola? (aliás, o título do post está como "Dez filmes", já que eu tinha esquecido de incluir "Sociedade dos Poetas Mortos")
“Zero em Comportamento” (1933)
Direção: Jean Vigo
Produção mais conhecida de Vigo, “Zero em Comportamento” é o modelo para os filmes que abordam crianças se rebelando contra o “sistema”. Vigo mostra alunos que retornam das férias para as aulas e se deparam com adultos que tentam “discipliná-los”. A produção pode ser vista no excelente DVD duplo “Jean Vigo Integral”, lançado pela Versátil no ano passado, com os outros filmes do diretor: “A Propósito de Nice” (1930), “A Natação por Jean Taris” (1931) e “O Atalante” (1934).
“Os Incompreendidos” (1959)
Direção: François Truffaut
Primeiro longa-metragem de Truffaut, “Os Incompreendidos” é também o primeiro filme com o personagem Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud ainda adolescente), que seria retomado em mais quatro produções do diretor. Com muitos elementos autobiográficos de Truffaut, “Os Incompreendidos” faz ainda referências a “Zero em Comportamento” ao contar, quase em chave documental, o dia-a-dia do rebelde e quase marginal Doinel, dos problemas com os pais à sua conturbada relação com os professores e a escola.
“Ao Mestre com Carinho” (1967)
Direção: James Clavell
Clássico dos clássicos no quesito “professor que enfrenta alunos ariscos e acaba ganhando o coração de todos”. Sidney Poitier encontrou o papel de sua vida no engenheiro desempregado Mark Thackeray, que vai lecionar jovens no bairro operário de East End, em Londres.
“If” (1968)
Direção: Lindsay Anderson
Filme que se tornou indissociável das agitações do Maio de 68 francês, “If” ajudou a celebrizar a imagem rígida e sisuda que ainda temos sobre as escolas britânicas. Vencedor da Palma de Ouro do Festival de Cannes em 1969, “If” é também a produção que levou seu ator principal, Malcolm McDowell, a ser escolhido por Stanley Kubrick como o insano Alex de outro clássico, “Laranja Mecânica” (1971). A impactante sequência final (sonho ou realidade?) é inesquecível. “If” acabou de ser lançado em DVD no Brasil pela Lume.
“Na Idade da Inocência” (1976)
Direção: François Truffaut
Truffaut retoma o tema da infância e da escola, mas agora com um olhar diferente do de “Os Incompreendidos”. Desta vez, os professores não são os inimigos, e a escola não é vista como local de abusos e castigos. “Na Idade da Inocência” faz, ainda, bela reflexão sobre o tornar-se adulto, na memorável fala final do ator Jean-François Stévenin, um dos professores.
“Pink Floyd - The Wall” (1982)
Direção: Alan Parker
Música, imagens e a poesia do Pink Floyd resultaram num dos mais viscerais gritos contra as opressões da escola. Difícil não esquecer, por exemplo, a cena em que os estudantes caem em moedores de carne, além dos versos de “Another Brick in the Wall, Part 2”: “We don’t need no education/We don’t need no thought control/...Teachers, leave them kids alone”
“O Clube dos Cinco” (1985)
Direção: John Hughes
“Clássico” da rebeldia juvenil dos anos 80, só compete com “Curtindo a Vida Adoidado” (leia abaixo). É o filme “cabeça” de John Hughes, o cineasta que melhor soube captar o espírito jovem (mainstream) da década. De personalidades diferentes, cinco estudantes têm que cumprir uma pena por diferentes problemas de conduta: passar um sábado à tarde na escola e escrever uma redação.
“Curtindo a Vida Adoidado” (1986)
Direção: John Hughes
No ano seguinte a “O Clube dos Cinco”, Hughes criou o herói de toda uma geração. Ferris Bueller é o adolescente malandro, boa-praça, querido por todos na escola —menos, é claro, pelo seu arqui-inimigo, o diretor. A escola, aqui, é vista como o contraponto para o “dia de folga” de Ferris, que “resolve curtir a vida enquanto ainda dá tempo”.
“Sociedade dos Poetas Mortos” (1989)
Direção: Peter Weir
No papel do professor de poesia John Keating, Robin Williams mudou a vida não apenas dos rapazes de uma repressora escola, mas de toda uma geração de espectadores. “Sociedade dos Poetas Mortos” popularizou, para o grande público, a expressão latina “carpe diem”, que pode ser traduzido como “aproveite o momento”. Difícil não se emocionar ou não querer buscar algo mais da vida após ver esse filme (principalmente quando é visto por jovens). Robin Williams viraria um ator esquecível pouco depois, mas a cena final é marcante.
“Ser e Ter” (2002)
Direção: Nicholas Philibert
Sucesso do cinema francês, o documentário vai até o interior do país para registrar crianças de quatro a dez anos de uma sala de aula. Não é apenas a relação aluno x professor que está em jogo, mas sim a própria formação da personalidade, do indivíduo.
“Escola de Rock” (2003)
Direção: Richard Linklater
Bobagem das mais divertidas, “Escola do Rock” é mais do que mero veículo para o comediante (muitas vezes irritante) Jack Black. Ainda que não apareça aqui nada muito autoral do irregular Richard Linklater, “Escola do Rock” é anárquico na medida em que inverte os papéis de mestre e alunos. Claro, no final as coisas se constróem para que haja uma “mensagem”, mas o tom é dos mais acertados.
CDs e DVDs mais vendidos no Brasil em 2008
CDs
1 - "Vida", Padre Fábio de Mello
2 - "Paz Sim, Violência Não (vol. 1)", Padre Marcelo Rossi
3 - "Borboletas", Victor & Leo
4 - "Ao Vivo em Uberlândia" - Victor e Leo
5 - "Multishow ao vivo no Maracanã" - Ivete Sangalo
DVDs
1 - "Paz Sim, Violência Não (vol. 1)", Padre Marcelo Rossi
2 - "Multishow ao vivo no Maracanã" - Ivete Sangalo
3 - "Multishow ao vivo - Dois Quartos" - Ana Carolina
4 - "Infinito ao meu Redor" - Marisa Monte
5 - "Ao Vivo em Uberlândia" - Victor e Leo
19 abril, 2009
Confissão disfarçada
escrever coisas que não consigo dizer
(nem colocar no papel com clareza)
me apaixonei novamente
fiz uma canção pra ela
fico todo bamba quando ela passa
olho para ela, ela me olha
desvio o olhar
sou mais tímido que o normal
quando se trata de me apresentar
acho que prefiro a morte
oh, Deus! Todos já não poderiam se conhecer?
fazia muito tempo que não compunha
e até gostei bastante da música
não consigo pará-la de tocar
qualquer hora mostro ela pra vocês
16 abril, 2009
Top 5 - M. R.
Chico Buarque - Tanto Mar
Milton Nascimento - San Viscente
Joyce - Clareana
Secos & Molhados - Rosa de Hiroshima
Rasuras
vejo como são pouco nítidas
as luzes das janelas distantes
nas próximas, muitas estão apagadas
minha visão alcançava longe
agora os prédios obstruem tudo
me sinto cercado
somente o céu indica liberdade
um gole de café para molhar a boca
me sinto novo no bairro
o líquido escuro e amargo esfriou
está ventando, mas resisto
as sirenes exigem espaço
mal posso ouvir o blues que toca
minha vida poderia ser um haicai
que insiste em se prolongar
14 abril, 2009
Fotografias
meio sem jeito
ao entrar na sala
percebi que a nossa foto não estava mais lá ao lado da TV
estava me despedindo
mas não disse nada a ninguém
pareciam já saber
que seria a última vez que sentaria a mesa
minha angustia não me deixava abrir a boca
estava tudo bem
eu sempre fora quieto e monossilábico
nunca gostei desse meu jeito
ao ir embora
cumprimentei a todos como sempre fazia
no portão ela me fez abrir a mão
e entregou-me nossas fotografias
O Idiota
para sentar na calçada
vontade de faltar no trabalho
para andar em círculos
coisas que acontecem de tempos em tempos
estava meio frio
ao colocar a mão no bolso da calça
saquei um extrato: papel
queria escrever o que sentia
mas não tive coragem
queria escrever o que pensava
mas nada parecia muito ordenado
devolvi o papel ao seu lugar
devolvi-me ao caminho do trabalho
onde as horas amassam
todas as folhas que escrevo
12 abril, 2009
Salivando
está bem...
não é culpa deste néctar divinal
fiz uma mistureba dos diabos
acordei querendo vomitar
mas resolvi escrever
dá quase na mesma
ambos precisam de concentração
se bem que fica difícil mirar
com a cabeça latejando e a visão turva
a coragem para sair de casa hoje
surge com a janela meia aberta
a garoa que cai no lado direito do meu rosto
esta tão gelada quanto
as gotinhas que saltam do copo
com água e aspirina efervescente
08 abril, 2009
Que tal umas dez
numa mesa de bar
só para passar o tempo
esperar que ele passe
os carros passam
as fotos na parede
sorriem para mim
as pessoas passam
me faltou coragem
de escrever numa nota de um real
não se assuste
chegará rápido o instante
as marcas de copo na mesa
já haviam evaporado
quando chegou a conta: um olhar
tive que devolver-lhe a caneta
07 abril, 2009
Voz de sono
já fazem horas
que estou aqui deitado
e não consigo dormir
olho para o relógio novamente
e se passaram dois minutos
viro para o lado
parece que assim é melhor
o meu corpo começa adormecer
penso em algo com começo, meio e fim
isso parece que sempre ajuda
porque nunca chego no final
não estou me sentindo bem
já fazem horas
que estou aqui deitado
e não consigo me levantar