25 janeiro, 2010
10 janeiro, 2010
14 dezembro, 2009
Sabia, aliás, que discernira mal, que, talvez, houvesse alguma coisa que saltasse à vista, mas ele não estava notando. Parou no meio do quarto, meditando. Uma idéia angustiante, sombria, crescia nele – a idéia de que estava enlouquecendo, de que naquele instante não tinha condições nem de raciocinar, nem de se defender, de que talvez não devesse fazer o que estava então fazendo... “Meu Deus! Preciso fugir, fugir!” – balbuciou e lançou-se para a antessala. Mas ali o aguardava um horror como, é claro, nunca havia experimentado.
p. 95
Súbito uma coisa o interessou: por que precisamente em todas as grandes cidades o homem, não propriamente por uma necessidade mas por um motivo qualquer, tem uma inclinação especial para morar e fixar-se justamente naquelas partes da cidade em que não existem nem jardins, nem repuxos, onde há sujeira, mau cheiro, e toda sorte de porcaria?
p. 87
11 dezembro, 2009
08 dezembro, 2009
Não conseguia traduzir sua perturbação nem em palavras, nem em exclamações. O sentimento de um asco sem fim, que começara a oprimir-lhe e angustiar-lhe o coração já no momento em que ele apenas caminhava para a casa velha, chegava agora a tais proporções e assumia tamanha nitidez que ele não sabia o que fazer de sua melancolia. Caminhava pela calçada como um bêbado, sem notar os transeuntes e esbarrando neles, e só se deu conta quando já estava na rua seguinte. Olhando em torno, notou que estava diante de uma taberna, na qual se entrava pela calçada, descendo uma escada que levava ao subsolo.
p. 26