31 março, 2010

instituto moreira sales-rj recebe acervo do jornalista José Ramos Tinhorão.


Em evento de comemoração, crítico lança dois livros, participa de bate-papo e abre exposição com documentos raros sobre a história da música popular brasileira. Biografia do jornalista é lançada na mesma noite.


O Centro Cultural do ims-rj (r. Marquês de São Vicente, 476, Gávea) realiza, no dia 13 de abril, às 19h30, um evento que marca a chegada do acervo do jornalista e crítico José Ramos Tinhorão à Reserva Técnica Musical no Rio de Janeiro. O acervo, que passava pelo processo de catalogação na sede do ims em São Paulo desde 2001, é composto porcerca de 6,5 mil discos de 76 e 78 rpm, 6 mil discos de 33 rpm, fotos, filmes, scripts de rádio, cartazes, jornais, revistas, rolos de pianola, folhetos de cordel, press releases de gravadoras e uma biblioteca com mais de 14 mil obras especializadas na cultura popular urbana, tema central de toda sua obra. Até o final de 2010, todo o material será disponibilizado para consulta.


Na mesma noite, haverá a abertura de uma exposição com curadoria do próprio Tinhorão que ficará aberta ao público até dia 16 de abril. A mostra tem o objetivo de ilustrar o que o jornalista define por acervo temático: um banco de informações documentais, literárias, iconográficas e sonoras capazes de atender à curiosidade ou busca de suporte para a compreensão da cultura popular urbana, a partir do século xvi.

Serão expostos os primeiro jornais e folhetos de modinha que se publicaram no Brasil, uma série de fotos raras e inéditas de compositores e cantores como Baiano, Getúlio Marinho, Pixinguinha, entre outros, além de fotos originais de Noel Rosa feitas em estúdio. Os visitantes também poderão conferir discos de samba anteriores ao famoso “Pelo telefone”, de Donga, o primeiro registro fonográfico de Carmen Miranda, “Não vá s’imbora”, e a mais rara gravação de Francisco Alves, “O pé de anjo”. Um dos destaques da exposição são as peças que mostram as facetas artísticas pouco conhecidas do pintor Di Cavalcanti, que também foi ilustrador de propagandas em revistas, chargista político da Revista Fon Fon, capista de livros de Manuel Bandeira e João do Rio e até letrista da música “Rabo de peixe”, uma parceria com Alcir Pires Vermelho em 1956.


Também será realizado um bate-papo com o jornalista sobre seu acervo, além do lançamento dos seguintes livros: A música popular que surge na era da revolução, de José Ramos Tinhorão (Editora 34), Crítica cheia de graça, de José Ramos Tinhorão (Empório do Livro) e Tinhorão, o legendário, de Elizabeth Lorenzotti (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo).


Sobre José Ramos Tinhorão

Nasceu em Santos-sp, em 1928, e criou-se no bairro de Botafogo, no Rio de Janeiro. Em 1968, mudou-se para São Paulo, onde reside até hoje. É autor de uma extensa e diversificada obra sobre temas relacionados à música brasileira. Estudante da primeira turma de jornalismo do país, colaborava desde o primeiro ano, 1951, como repórter free-lancerda revista A Semana (Rio de Janeiro) e da Uairá (Curitiba). Em 1953, ingressou como jornalista profissional no extinto Diário Carioca. Cinco anos depois, passou para o Jornal do Brasil, onde acumulou as funções de redator e colaborador dos suplementos “Estudos Brasileiros” e “Caderno B”. Trabalhou também para os jornais Correio da Manhã, Jornal dos Sports, Última Hora e O Jornal; as revistas Singra, O Cruzeiro, Veja e Nova; e as televisões Excelsior, Globo, tve (rj) e Cultura (sp). Colaborou ainda com O Pasquim e as revistas Senhor, Visão e Seleções, entre outras.


Saiba mais sobre as publicações:

Crítica cheia de graça – José Ramos Tinhorão (Empório do Livro)

Aos 82 anos, o crítico musical José Ramos Tinhorão revela nesta obra textos que foram proibidos durante a ditadura militar da década de 1970, pequenos estudos – “História da gafieira” – e entrevistas antológicas com personagens que se tornaram referência para a história da música no Brasil, como o sambista João da Baiana ou o produtor Ademar Casé, um dos pioneiros da rádio no nosso país. Só agora, em pleno século xxi, os leitores poderão descobrir a veia irônica – os textos sobre Chico Buarque, Gilberto Gil ou João Gilberto – e o pesquisador perspicaz dos fenômenos musicais brasileiros, além de encontrarem um estilo de falar sobre a música com desenvoltura e conhecimento. É o testemunho singular daquele que é considerado um dos mais importantes historiadores da mpb de todos os tempos.

Crítica cheia de graça

José Ramos Tinhorão

Empório do Livro

160 pp.

14 x 21 cm

9788586848124

R$ 43,00

A música popular que surge na era da revolução – José Ramos Tinhorão (Editora 34)

Foi no século xviii, em meio ao clima libertário da Revolução Francesa, que a música popular urbana eclodiu na França. Se nesse país o sentimento patriótico era fonte de inspiração para os novos gêneros musicais, em Portugal os acordes revolucionários que soavam no país próximo foram recebidos com receio e censura pelos governantes, e seriam as novidades originárias de suas colônias, sobretudo o Brasil, que garantiriam o entretenimento da população.

Dos teatros de feira ao cancan, dos batuques de negros ao lundu e à modinha, José Ramos Tinhorão traça um interessante percurso que evidencia o papel determinante da mescla de culturas – seja entre povo e elite, no caso francês, ou entre metrópole e colônia, no caso de Portugal –, para o florescimento das novas tendências musicais. Partindo como sempre de vasta pesquisa e análise minuciosa, o autor revela, neste A música popular que surge na era da revolução, uma faceta pouco abordada desta passagem crucial da história moderna – a estreita ligação entre a virada revolucionária e o advento da música popular urbana.

A música popular que surge na era da revolução

José Ramos Tinhorão

Editora 34

176 pp.

14 x 21 cm

isbn 978-85-7326-440-1

R$ 32,00

Tinhorão, o legendário – Elizabeth Lorenzotti (Imprensa Oficial do Estado de São Paulo)

Escrito pela jornalista e escritora Elizabeth Lorenzotti para a coleção Imprensa em Pauta, da Imprensa Oficial do Estado de São Paulo, o livro conta a trajetória única do jornalista que foi contratado como estagiário no extinto Diário Carioca, na década de 1950, como exímio escritor de textos-legendas – daí o apelido que lá ganhou –, suas passagens por inúmeras redações –Jornal do Brasil, Correio da Manhã, O Cruzeiro, tv Globo,Veja, entre outras –, sua transformação em crítico polêmico dempb, até seguir carreira como historiador da cultura urbana e se transformar em lenda urbana. O livro retrata os embates com o pessoal da Bossa Nova – que sempre comparou a um carro montado no Brasil, mas de origem norte-americana – de seu método, o materialismo dialético, e de sua persistente dedicação à pesquisa, que nunca recebeu financiamento. Também recorda o clima das antigas redações, povoadas por inesquecíveis nomes do jornalismo, com os quais conviveu. Como acentua Janio de Freitas na contracapa, seu colega e amigo desde o Diário Carioca: “uma pessoa singular, pela inteligência brilhante, pelo humor refinado, a cultura e a audácia intelectual, a coerência e o caráter”.

Tinhorão, o legendário

Elizabeth Lorenzotti

Imprensa Oficial do Estado de São Paulo

280 pp.

Falta tamanho

R$ 20,00


Recepção do acervo no ims-rj, lançamento dos livros, bate-papo e abertura da exposição:

13 de abril de 2010, das 19h30 às 22h.

Exposição: De 13 a 16 de abril de 2010

De quarta a sexta, das 13h às 18h30

Entrada franca.

Classificação livre.

Instituto Moreira Salles – Rio de Janeiro

Rua Marquês de São Vicente, 476, Gávea

Tel.: (0 xx 21) 3284-7400

www.ims.com.br

http://twitter.com/imoreirasalles

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